Odilon Helou Fleury Curado
Professor Pesquisador
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Possui Graduação em Letras (1985) pela Universidade Católica de Goiás; mestrado (1993) e doutorado (1997) em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio De Mesquita Filho (UNESP - Assis). Atualmente, exerce a função de professor assistente doutor na UNESP/Assis. Tem experiência nas áreas de Letras, Educação e Linguística , com ênfase em Língua Portuguesa e Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de língua portuguesa, letramento escolar e social, leitura e produção de textos, Gêneros do discurso, Dialogismo.
Principais projetos
Os manuais didáticos de língua portuguesa e o poder de representatividade da escrita: (des)configurando o escrevente
CURADO, Odilon Helou Fleury.
Projeto de Pesquisa
2022-2024 (em andamento)
Bases dialógicas servem aqui a propósitos de análises de processos monologizantes observados em manuais didáticos de língua portuguesa, no tratamento dispensado ao código escrito, institucionalizado pela escola, com a consequente e a contraditória desmobilização do escrevente-aprendiz, com a perda do poder desse código, como modalidade de enunciação. A ruptura, implementada e mantida pelo ensino tradicional sob um modelo autônomo de letramento (KLEIMAN, 2012), circunstancia as dificuldades evidenciadas pelo estudante na percepção da escrita como uma ação de linguagem situada, cingindo-lhe a condição de agente-produtor (BRONCKART, 2006), por limitar-lhe as opções linguístico-discursivas, derivadas de contextos sociodiscursivos formais, não sistematizados pelas atividades escolares, mas experenciados na sociedade letrada, pelas práticas concretas, alicerçadas no uso da escrita (TFOUNI, 2012). Se na epistemologia dialógica há consenso na admissão de que sujeito e linguagem se constituem reciprocamente, em relação à escrita, são desconfigurados naquela desmobilização. Ao considerar a significação como efeito de uma dinâmica sociointeracional, fator que explicita a essencialidade das relações, consubstanciadas na representatividade semiotizada do código escrito e na diferenciação discursiva eu/tu (GERALDI, 2003), a pesquisa irá dispor, para investigação, de livros didáticos (LD) de língua portuguesa adotados em escolas de ensino fundamental. Surge, como contraponto, a possibilidade de se dimensionar nesses LD a amplitude do processo de construção da linguagem e do escrevente, a serem estabelecidos por fundamentos caracterizadores de uma escrita entendida como mecanismo cultural de interação sociocomunicativa.
Todas as vidas importam: jogos multiletrados - transformação sociocultural sustentável
PAULA, Luciane de.
Extensão
2023-2024 (em andamento)
Este projeto de extensão tem como objetivo propor e implementar atividades de leitura e produção de gêneros discursivos diversos na escola e fora dela, possibilitando uma formação multiletrada crítica. O público das ações socioculturais educativas transita entre o último ano do ensino fundamental II (9º ano) e o ensino médio (1º, 2º e 3º anos) e também se volta às associações e coletivos culturais e sociais. Os textos trabalhados, de diversas materialidades (canção, videoclipe, filme, série, pintura, HQ, jogos etc), tratarão de temas contemporâneos e contemplarão conteúdos de Linguagens e Artes, produzidos por autores-criadores negros, mulheres e da comunidade LGBTQIAP+. Interessa proporcionar, de forma dialógica, discussões acerca das desigualdades e da intersecção raça-gênero-classe na escola e na sociedade, a fim de refletir acerca da heterogeneidade das diversidades e proporcionar equidades. O projeto, experimental e interventivo, tem caráter extensionista, associado à pesquisa, ao ensino e à inovação. A proposta parte de uma escola pública da cidade de Assis, interior de São Paulo, para, a partir das vivências, desenvolver protótipos de ensino e jogos pedagógicos produzidos com material reciclado, que possam ser adaptados e aplicados em outras comunidades (locais, regionais, estaduais, nacionais e internacionais). Com isso, estimular a inclusão entre jovens, na escola, na comunidade e na universidade (graduação e pós-graduação); e visibilizar vozes e sujeitos excluídos (por preconceito e discriminação), ao potencializar seus saberes, assim como uma forma de sociabilidade de suas culturas, tramadas como formas de atuação – em consonância com os ODS 4, 5, 10,16 e 17, de maneira transversal.