Esta dissertação pensa a respeito do embate de vozes que existe no interior da escola, entre os discursos que representam a tradição ou a força ideológica dominante e os discursos de resistência, entendidos como as vozes dos estudantes nesse processo dialético e dialógico, a partir do estudo de caso, em uma turma de 6º. ano, em uma escola estadual, da cidade de Tarumã/SP. Desse embate, o que se observa é um processo de apagamento da voz do aluno, gerado pela predominância da voz sistêmica, reproduzida pelo professor em sala. Frente a este contexto, encontramos no poetry slam um espaço em que o aluno pode falar e reconhecer a escola como lugar de reflexão, da pluralidade de pensamento e da arte. Neste trabalho, buscamos (i) observar como se dá o embate de vozes na escola e analisar como os estudantes colocam-se em uma situação em que são convidados a expressarem sua voz; (ii) estimular a escrita de enunciados autorais, de cunho poético-literário, ao reconhecer o estudante como sujeito autor; (iii) proporcionar um contexto real de produção, circulação e apreciação estética de enunciados. A partir das atividades desenvolvidas na batalha de poesia, analisamos de que maneira os discursos dos alunos foram arquitetados em suas poesias. Fundamentamos nossa análise nos estudos do Círculo de Bakhtin. Os resultados mostram que, apesar da resistência oferecida pelo sistema de ensino, é possível construir espaços que privilegiam a voz dos estudantes no ambiente escolar